O trabalho doméstico remunerado no Brasil é marcado pela ausência de formalização, por condições precárias e por exploração no serviço. Este contexto afeta majoritariamente mulheres negras e de baixa escolaridade, grupo dominante nesse tipo de ocupação.
É o que destaca a pesquisa recém-publicada da demógrafa Luana Myrrha, professora do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais da UFRN (DCCA/UFRN) e do Programa de Pós-Graduação em Demografia (PPGDem). O estudo evidencia as possibilidades de fontes de dados como os censos demográficos para entender melhor a realidade de trabalhadoras domésticas e os problemas laborais e sociais que as cercam.
O Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado a cada dez anos, recebeu alterações entre a edição de 2010 e a de 2022. Essas mudanças trazem novos benefícios e desafios para pesquisas na área da demografia. Existe o censo demográfico básico, com 26 perguntas, e o chamado de questionário da amostra (realizado em uma parcela de domicílios selecionados aleatoriamente) com 77 perguntas. A pesquisa da UFRN analisa as principais mudanças relacionadas à trabalhadoras domésticas nesses dois tipos.
No questionário de amostra, duas alterações, pontua Luana Myrrha, foram especialmente negativas para o estudo do trabalho doméstico. A primeira é a retirada dos detalhes sobre rendimentos de outras fontes. Por exemplo, no Censo de 2010, seria possível saber se há uma renda extra da trabalhadora e se seria originada de uma política pública ou de outra fonte. O Censo de 2022 acusa somente a existência da renda extra, sem detalhar de onde vem.
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