O Brasil enfrenta um avanço preocupante nos índices de obesidade, que cresceram 286% na última década. Dados do Ministério da Saúde revelam que mais de 8,2 milhões de brasileiros estão obesos, enquanto o número de pessoas com sobrepeso saltou de 3,1 milhões em 2014 para 8,5 milhões em 2024. A situação também é grave no Rio Grande do Norte, onde, segundo o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), alimentado pela pasta federal, o número de adultos com algum grau de obesidade aumentou de 64 mil em 2014 (25,14% da população) para 131,8 mil em 2024 (38,96%).
Para Pedro Henrique, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia no RN (SBEM-RN) e endocrinologista do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol/UFRN/Ebserh), o fenômeno tem múltiplas causas. “O aumento do sedentarismo, a piora do padrão alimentar com mais alimentos ultraprocessados e o menor consumo de alimentos in natura são fatores determinantes. Além disso, a modernização trouxe facilidades, como transporte, escadas rolantes e controle remoto, que reduzem o gasto calórico diário”, analisa.
O aumento também foi expressivo no grupo de potiguares com sobrepeso. Em 2014, 88.593 adultos (34,68%) estavam acima do peso ideal, enquanto em 2024 o número chegou a 117.971 (34,86%). Esses números refletem mudanças significativas nos hábitos alimentares e no estilo de vida da população. “Pacientes com sobrepeso já têm maior risco de doenças metabólicas como diabetes, hipertensão e dislipidemia, além de problemas osteomusculares, como dores no joelho, quadril e coluna. A infertilidade também pode ser uma complicação. É um quadro que requer cuidados desde os primeiros sinais de excesso de peso”, explica Pedro Henrique.
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