Bolsonaro e apoiadores se reúnem em ato na Paulista pela anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro

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Governadores, políticos e líderes da direita próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram novo ato neste domingo, na Avenida Paulista, em São Paulo, com o objetivo de aumentar a pressão sobre a cúpula do Congresso Nacional para pautar a anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro. Bolsonaro, que discursou ao lado de familiares de uma das condenadas pelo Supremo Tribunal Federal por atos antidemocráticos, cobrou o Congresso a aprovar o projeto de anistia articulado pela bancada do PL — cujas lideranças presentes ao ato instaram caciques de outros partidos a declarar apoio à proposta. A manifestação reuniu 44,9 mil pessoas, segundo cálculos do grupo “Monitor do Debate Político” da USP.

Três semanas depois de um ato com mote semelhante, no Rio, ter reunido pouco menos de metade deste público, Bolsonaro desta vez foi ladeado por outros nomes cotados como presidenciáveis no campo da direita. O ex-presidente foi acompanhado pelos governadores Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, Romeu Zema (Novo), de Minas, e Ronaldo Caiado (União), de Goiás, que não estiveram no ato anterior.

Outra presença, a exemplo do que ocorrera no Rio, foi a do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, principal cotado a herdeiro político de Bolsonaro. Tarcísio puxou um coro de “anistia já”, usado por outros participantes do ato para pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), seu colega de partido, a pautar um requerimento de urgência para a análise do projeto.

Bolsonaro chegou à manifestação por volta das 13h45, acompanhado de aliados e foi o último a discursar. O ex-presidente voltou a atacar o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito da tentativa de golpe — no qual Bolsonaro se tornou réu no último mês. Ele também criticou o governo Lula ao discursar junto a familiares de Débora Rodrigues dos Santos, que ficou notória por pichar a frase “perdeu, mané”, com um batom, na estátua da Justiça diante do STF. Débora foi condenada por Moraes a 14 anos de prisão, acusada de crimes contra a democracia, e hoje cumpre pena em regime domiciliar — o caso dela segue em análise na Corte.

— Eu não tenho adjetivo para qualificar quem condena uma mãe de dois filhos a uma pena tão absurda por um crime que ela não cometeu. Só um psicopata para falar que o que aconteceu no 8 de janeiro foi uma tentativa armada de golpe militar — disse o ex-presidente ao lado da mãe de Débora.

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