Com a queda das temperaturas e o início da sazonalidade do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), causador da bronquiolite, o número de casos de infecções respiratórias em crianças volta a preocupar profissionais de saúde em todo o país. De acordo com James Brito, médico pediatra e chefe da Divisão Médica do Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB/UFRN/Ebserh), no Rio Grande do Norte já é evidente o crescimento das ocorrências, com elevação também nos casos graves e aumento da ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pediátricas.
Dados do Ministério da Saúde apontam que o VSR é responsável por até 80% dos casos de bronquiolite e 60% das pneumonias em crianças menores de dois anos. Com início típico em maio, o período de maior circulação do vírus se estende até setembro, mas tem começado mais cedo em algumas regiões. “Historicamente percebíamos isso mais forte a partir de abril e maio, mas há pelo menos dois anos já a partir de fevereiro e março percebe-se aumento do número de casos”, afirma James Brito.
Os sintomas da infecção pelo VSR costumam ser semelhantes aos de gripes leves, como febre baixa, dor de garganta e secreção nasal, mas em casos mais graves, principalmente em crianças pequenas, pode evoluir para um quadro de bronquiolite ou pneumonia. “Dificuldade para respirar, queda do estado geral, recusa alimentar importante e até vômitos recorrentes podem ser citados como sinais de alerta. De todos, a dificuldade respiratória é o principal sintoma, manifestada pela elevação da frequência respiratória e retrações torácicas além do normal durante a respiração”, explica o pediatra.
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